O processo de desinformação tem sido estudado a partir de diferentes recortes e finalidades, seja para analisar o que nos leva a compartilhar determinados conteúdos, para compreender o impacto das “câmaras de eco” para a formação das crenças das pessoas, para determinar como a polarização tem sido acentuada pelo uso da internet ou como nossos dados têm sido utilizados para o desenho das estratégias de campanha dos candidatos. Esses são apenas alguns exemplos de temas de pesquisas associados ao processo de disseminação de desinformação em ambiente digital.
Com o objetivo de reduzir as lacunas informacionais sobre essas temáticas, o Instituto Liberdade Digital desenvolveu o projeto Alfabetização digital, privacidade e liberdade de expressão em períodos eleitorais. Este relatório sintetiza os resultados encontrados ao longo da pesquisa quantitativa realizada neste projeto. Os resultados foram divididos em quatro partes. Na primeira, trazemos a metodologia aplicada para a coleta de dados, definição da amostra e qual o perfil dos respondentes. Nas partes II, III e IV apresentamos respectivamente os dados específicos coletados sobre alfabetização digital, privacidade e liberdade de expressão.
Na segunda parte, busca-se quantificar o grau familiaridade dos brasileiros e brasileiras com termos usuais da tecnologia da informação e comunicação, a capacidade destes em buscar informações úteis e conhecimentos específicos sobre a navegação na rede. Na terceira, o foco se volta para o conhecimento das ferramentas em favor da privacidade dos usuários e a percepção destes de como tal direito vem sendo exercido nas redes. Na última parte, a pesquisa se dirige ao exercício da liberdade de expressão dos usuários sobre temáticas de natureza política e como estes utilizam das redes sociais para tanto.
Esperamos que os dados aqui apresentados e analisados possam auxiliar na qualificação do debate em favor de uma internet cada vez mais democrática e segura para os brasileiros e brasileiras. Entendemos que uma das formas mais efetivas para alcançar esses objetivos é a educação, por isso conhecer os hábitos dos brasileiros nas redes, quais conteúdos precisam ser mais bem explicados e as maneiras mais efetivas para tanto são elementos essenciais para que possamos desenvolver uma matriz de conteúdos educacionais em favor da emancipação dos usuários da rede.