fbpx
Pular para o conteúdo

Newsletter – Edição 02.08.2021

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é 2.png

Brasil chega à 85° posição do ranking de liberdade de expressão, a nota mais baixa em dez anos, segundo Relatório da Artigo 19

O Relatório Global de Expressão da ONG Artigo 19 atribui ao Brasil a nota mais baixa em dez anos, colocando-o entre os países cuja liberdade de expressão é considerada “restrita”.  O relatório analisa, anualmente, 25 indicadores sobre a liberdade de expressão em 161 países do mundo, procurando entender como ele se materializou, as tendências e o impacto de eventos globais sobre esse direito fundamental.

Entre os motivos para o desempenho brasileiro em termos de liberdade de expressão, estão a desinformação, em especial as relacionadas à covid e disseminação de narrativas negacionistas, os ataques a jornalistas e comunicadores, e os ataques a defensores de direitos humanos, notoriamente aqueles ligados à pautas de povos indígenas ou sobre direito à terra. O relatório destaca também a influência da conduta do presidente da República para que o país chegasse à 85ª posição do ranking. Com frequência, o presidente tem disseminado desinformação em suas redes sociais, abordando desde a recomendação de medicamentos ineficazes contra a covid a questões como a fraude nas urnas eletrônicas, em live veiculada no dia 29 de julho.

No início do mês, a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) incluiu Bolsonaro numa lista de 37 líderes de todo o mundo que a RSF considera “predadores da liberdade de imprensa”. Além de Bolsonaro, a relação inclui ainda os chefes de Estado da Síria, Bashar al-Assad, e da China, Xi Jinping.


Facebook lança ferramentas e parcerias voltadas à comunidade religiosa nos Estados Unidos

Uma recente matéria publicada pelo New York Times mostrou que o Facebook estaria intensificando parcerias formais com grandes grupos religiosos nos Estados Unidos e criando ferramentas específicas para que a comunidade possa exercer suas práticas religiosas dentro da plataforma. O movimento surgiu durante a pandemia por COVID-19, quando foi lançada a “ferramenta de oração”, acessível para todos os grupos do Facebook nos Estados Unidos. A partir desta ferramenta é possível que o usuário peça orações e que outros usuários respondam confirmando terem orado por ele. 

Em reportagem do tilt, consta que o Facebook teria enviado “kits iniciais” de equipamentos para transmissão ao vivo de grupos religiosos enquanto os locais de culto estivessem fechados. Entre os templos que firmaram parcerias com o Facebook constam nomes como as Assembleias de Deus e a Igreja de Deus em Cristo; porém, a empresa declara que também pretende se tornar sede virtual de outras comunidades religiosas, incluindo igrejas, mesquitas, sinagogas e outros templos. 

Como um dos desdobramentos deste movimento, o imã Tahir Anwar, da Associação Islâmica de South Bay, na Califórnia, declarou ter levantado um número recorde de fundos durante o ramadã do ano passado ao utilizar o Facebook Live. Uma preocupação com relação aos dados que poderão passar a circular na plataforma foi levantada por especialista, ao que foi declarado pela empresa que tais dados coletados de comunidades religiosas “terão o mesmo tratamento que os de outros usuários, e que acordos de confidencialidade são um processo padrão para todos os parceiros envolvidos no desenvolvimento de produtos“.

Estamos vivendo duas pandemias? Plataformas digitais lançam medidas para diminuir o impacto da desinformação sobre Covid-19 nas redes sociais

Uma agência de marketing, abordou vários influenciadores digitais e produtores de conteúdos para redes sociais como o Youtube e Instagram com a proposta para disseminar informações falsas relacionadas à taxa de mortalidade de vacinas contra a COVID-19, por meio de um contrato publicitário secreto. Dentre eles, o YouTuber brasileiro, Everson Zoio, que chegou a publicar um vídeo em seu Instagram levantando dúvidas sobre a segurança da vacina da Pfizer.  

O caso foi abordado em reportagens divulgadas pelos veículos The Guardian, BBC, Independent. De acordo com as publicações, a situação foi denunciada por outros youtubers que recusaram proposta de  recrutá-los para o esquema de fake news. Em relação ao Youtube, mais 15 vídeos de Jair Bolsonaro foram derrubados pela plataforma por conter desinformação sobre o uso de medicamentos contra Covid-19, entre eles hidroxicloroquina e ivermectina, ambos sem eficácia científica comprovada.

Devido aos últimos acontecimentos relacionados à desinformação, o Facebook relatou uma nova atualização na lista de notícias falsas sobre Covid-19 e vacinas contra a doença, o que pode resultar na exclusão de postagens na plataforma. As mesmas medidas se aplicam ao Instagram. A empresa afirma que as alegações foram refutadas pelas autoridades de saúde pública e foram classificadas como “possíveis causadoras de danos físicos iminentes”. A plataforma também está empenhada no compartilhamento de informações corretas sobre as vacinas, e estabelecer vínculo com organizações independentes de verificação de fatos para identificar publicações que propaguem fake news.
Essas medidas visam conter a desinformação sobre vacinas, que tem levado a uma epidemia de não vacinados, principalmente nos EUA onde as taxas de vacinação estão  paralisadas desde os últimos meses devido ao bombardeio de mensagens antivacina circuladas em veículos de comunicação. Em outros lugares do mundo, como no Sudeste Asiático, as leis contra fake news não estão sendo capazes de conter a propagação de desinformações relacionadas a COVID-19. Dentro desse ambiente de desinformação sobre a pandemia, pesquisadores de Cambridge estão realizando testes para uma ‘vacina’ contra notícias falsas ou distorcidas na internet, especialmente no contexto de covid-19.


testes

testes

Golpe online, vazamento de dados e a colaboração entre instituições

Uma pesquisa encomendada pela Microsoft ao YouGov mostrou que 70% dos brasileiros adultos foram expostos a um golpe de suporte técnico (3 pontos a mais que em 2018 (67%)). O golpe consiste em ligações telefônicas ou pop-ups na tela dos computadores, tentando convencer o usuário de que há algum problema técnico com seu equipamento. Os millenials lideram a lista daqueles que dão continuidade ao golpe, sendo que um a cada dez jovens expostos na prática foi enganado ou perdeu dinheiro.

Recentemente, os dados de 227 milhões de brasileiros e 13 mil fotos de RGs, CPFs e CNHs foram postos à venda em um fórum por cibercriminosos. A empresa de cibersegurança Syhunt afirma que não há como especificar o período e origem do vazamento, mas sugere que o vazamento tenha ocorrido no banco de dados do DETRAN/DF e tenha data máxima de 2019.

Diante da necessidade de uma melhor segurança de dados pessoais, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados firmou parceria de cooperação técnica com o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) o objetivo das instituições é realizar um intercâmbio de informações e a realizar operações que promovam a proteção de dados pessoas, além de produzir materiais para a capacitação e conscientização sobre o tema.


Facebook e Instagram implementam mudanças para usuários menores de idade

A segurança no ambiente digital é uma pauta que merece atenção e é sempre objeto de debates, principalmente quando se trata de usuários menores de idade. Pensando nisso, na última terça-feira (27) o Facebook e o Instagram anunciaram algumas medidas a serem implementadas aos perfis de menores de 18 anos. As iniciativas vieram após críticas contra a exposição de jovens a propagandas e o próprio uso das redes sociais, por isso, ambas as plataformas passarão a restringir anúncios a esses usuários.

Além disso, o Instagram anunciou que todos os usuários menores de 16 anos que criarem conta passarão a ser automaticamente registrados como contas privadas, facultando a posterior alteração do perfil para público. A rede social de compartilhamento de fotos informou ainda que passará a utilizar uma tecnologia para identificar usuários com atitudes suspeitas (como por exemplo, um usuário adulto bloqueado por um jovem), ampliando a segurança já existente que atualmente impede que adultos interajam com crianças que não os seguem.  


Rumores no mundo da criptomoedas: Amazon nega que aceitará Bitcoin e Tesla deve voltar a aceitar a moeda em breve

Na última semana, o jornal britânico City AM noticiou que, de acordo com uma fonte interna,  a gigante Amazon estaria planejando aceitar Bitcoins até o final de 2021 e que também planejava a criação de uma criptomoeda própria para 2022. O rumor surgiu a partir do anúncio de uma vaga para especialistas em criptomoeda e blockchain, fazendo com que as ações do Bitcoin aumentassem 14,5% no momento do anúncio, reduzindo a 6,5% até o final do dia. Em seguida, a Amazon desmentiu os rumores, afirmando que embora siga explorando os benefícios que as criptomoedas possam trazer para os seus clientes, não tem planos de aceitá-las no curto prazo..

As criptomoedas têm ganhado popularidade entre empresas da área da tecnologia, e a Tesla anunciou recentemente, que pretende voltar a aceitar o Bitcoin, uma vez finalizada a auditoria sobre a quantidade de energia renovável necessária para minerar a moeda.

.

O voto impresso volta a ser tema recorrente na pauta do presidente da república

Afirmações como facilidade de alteração do próprio código-fonte da urna e possibilidade de adultério são utilizadas como justificativa para atacar a urna eletrônica. Apesar disso, o Palácio do Planalto já se posicionou em comissão especial indicando que não é possível a aprovação da PEC 135/2019, de autoria de Bia Kicis (PSL), mais conhecida como PEC do Voto Impresso. 

Na mesma linha de oposição seguem o TSE e STF, que respectivamente consideram que a implementação do voto impresso representa a possibilidade de fraudes nas eleições e que as urnas eletrônicas são comprovadamente seguras. Já para o General Braga Netto, que atua no exército brasileiro, a discussão sobre o tema do voto impresso é legítima e apesar da PEC já ter sido derrotada na comissão especial da Câmara, o tema ainda poderá ser debatido no plenário.


Congresso Nacional discute a maior reforma eleitoral desde a redemocratização

Em meio à pandemia, profusão de projetos que tramitam na Câmara e Senado discutem diversas mudanças na atual legislação eleitoral, desde a revogação de todas as normas existentes para o estabelecimento de um único código, até a criação do distritão, que altera a eleição de deputados e governadores do sistema proporcional para o distrital; a obrigatoriedade do voto eletrônico impresso e a anistia aos partidos que não cumpriram as cotas de gênero e racial nas últimas eleições. Para que possam valer para as eleições de 2022, as propostas precisam ser aprovadas na Câmara e no Senado até outubro deste ano.

Segundo Marcelo Issa, diretor executivo do Movimento Transparência Partidária, em entrevista à Folha de S.Paulo, as propostas que estão em debate no Congresso se aproveitam do momento da pandemia e da dificuldade de participação da população para aprovar medidas que podem representar retrocessos, “seja do ponto de vista de transparência e integridade, seja do ponto de vista de inclusão, representatividade, participação e controle social”.

O movimento “Freio na Reforma”, iniciativa do ITS Rio, do Movimento Transparência Partidária e do Pacto pela Democracia, apoiado por várias organizações da sociedade civil, tem monitorado o processo e pleiteado um debate mais transparente, inclusive e sem atropelos.


O Brasil chega ao topo do ranking mundial de países que mais usam dinheiro público para o financiamento de campanhas eleitorais

Apesar do Presidente da República se posicionar a favor do veto do fundo eleitoral de R$5,7 bilhões que foi aprovado no Congresso Nacional, mas sugere, ao mesmo tempo, que o fundo deverá ser reajustado pela inflação. Caso o reajuste do fundo eleitoral fosse baseado na inflação, então o montante total seria muito abaixo do valor aprovado no Congresso. Apesar disso, o presidente da república afirma que o que será vetado não é o valor total, mas apenas o excedente.

Congressistas na internet criticam o aumento do fundo eleitoral para o orçamento de 2022, mas ao mesmo tempo aprovam a Lei de Diretrizes Orçamentárias que possibilita o aumento ainda maior do Fundo Eleitoral.

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é 8.png

Você sabia que o ILD tem um podcast?

E o episódio #11 do #podcastdoILD. já está no arComandado pelos professores Diogo Rais e Marco Sabino, com a convidada Juliana Nakata, o assunto da vez é: O que a publicidade tem a ver com o CONAR? Todos os episódios estão disponíveis em 6 plataformas diferentes: Anchor, Breaker, Google Podcasts, Pocket Casts, Radio Public e Spotify.


Já contribuiu para a nossa pesquisa?

Ainda não? Então vem que ainda dá tempo! Para compreender melhor como a sociedade brasileira utiliza as redes, nada como perguntar aos próprios usuários. Dessa forma, pedimos que nos ajude nessa tarefa e que responda ao nosso questionário de 4 minutinhos. E, se não pedir muito, compartilhe com a família e amigos; sortearemos um vale livro no valor de R$200,00 para um dos participantes. Logo menos, sairá do forno uma importante pesquisa e será essencial ter a sua contribuição.

Esta newsletter faz parte do projeto Observatório Eleitoral Digital do Instituto Liberdade Digital e contou com a participação da equipe do Instituto: Alinne Lopes, Ana Júlia Bernardi, Camila Tsuzuki, Giovanna Guilhem, Maria Marinho e Roberta Battisti e os fellows Ernara Vasconcelos, Matheus Valente e Samara Ribeiro.

O que achou da nossa Newsletter? Caso tenha comentários, observações ou outra versão do que veiculamos aqui, nos envie um e-mail: contato@institutoliberdadedigital.com.br. Todos os feedbacks são bem-vindos!